O Maranhão voltou a liderar uma lista nada bonita. Segundo dados do IBGE divulgados pelo Poder360 , o estado é o campeão nacional de trabalhadores informais, com 57% da população ocupada vivendo de bicos, sem carteira, sem direitos e sem garantia nenhuma.
São 1,5 milhão de maranhenses na informalidade, de um total de 2,7 milhões que hoje trabalham em alguma atividade.
E o problema não é só nosso. Pará, Piauí, Amazonas, Bahia e Ceará também estão no mesmo barco. A informalidade domina o Norte e o Nordeste e está bem acima da média nacional, que é de 37,8%.
Enquanto isso, estados como São Paulo, mesmo com 7,1 milhões de informais, têm taxa menor por causa da enorme população ocupada.
O cenário mostra uma realidade dura: baixa escolaridade, baixo rendimento e pouca oportunidade formal de emprego, como explica o analista do IBGE William Kratochwill. O Brasil tem hoje 6,1 milhões de desempregados e 38,7 milhões de trabalhadores informais.
É o retrato de um país que tenta andar enquanto metade dos trabalhadores segue sem proteção, sem direitos e com renda instável.
E, ENQUANTO ISSO EM SÃO LUÍS… A BOMBA DO TRANSPORTE
Enquanto os números do IBGE mostram o peso da informalidade, em São Luís o trabalhador enfrenta outro drama: salário atrasado de novo no transporte público.
O Sindicato dos Rodoviários notificou as empresas nesta sexta (21) exigindo que os pagamentos atrasados sejam regularizados em até 72 horas.
Se não cair o dinheiro, a categoria promete greve geral na quarta (26), podendo parar toda a Grande São Luís.
A situação já atinge usuários diretamente. Apenas a empresa 1001 segue com ônibus parados enquanto espera o pagamento prometido.
E o problema se arrasta na Justiça. O TRT-16 já cobrou o SET para comprovar, em 48 horas, os pagamentos relativos a outubro. O desembargador Luiz Cosmo classificou a situação como grave e avisou que, se não tiver comprovação, pode vir nova multa diária.
A prefeitura tentou depositar R$ 2 milhões de subsídio, mas a Justiça do Trabalho extinguiu a ação sem julgamento, dizendo que esse tipo de questão só pode ser tratada no TRT-16.
Enquanto isso, 15 bairros seguem afetados pelos ônibus da 1001 parados:
Ribeira, Vila Itamar, Tibiri, Cohatrac, Parque Vitória, Alto do Turu, Vila Lobão, Vila Isabel, Vila Esperança, Recanto Verde, Forquilha, Ipem Turu e outros.
A Expresso Marina voltou a circular, mas longe da normalidade.
NO CAMPO POLÍTICO… DINOS, BLINDADOS E BASTIDORES
No meio dessa turbulência social e econômica, outro assunto rendeu repercussão nacional: o jornalista Claudio Humberto, do Diário do Poder, publicou reportagem afirmando que um Toyota SW4 blindado do TJMA, comprado com verba destinada à segurança de magistrados, estaria sendo usado por Flávio Dino e familiares em deslocamentos particulares em São Luís.
Segundo a apuração divulgada, não existe registro público da cessão do veículo, o que abriu um novo debate sobre transparência.
E O CLIMA ESQUENTA NA SUCESSÃO DE BRANDÃO
O vice-governador Felipe Camarão também virou manchete após “endurecer” o discurso em Itapecuru-Mirim:
“Eu vou lutar e não tem quem faça eu desistir”, disse ele sobre a disputa pelo Governo do Maranhão.
Mas, apesar do discurso firme, o clima interno no PT não é dos melhores para Camarão.
Figuras tradicionais do partido e aliados que sempre estiveram ao seu lado, como o co-vereador Jhonatan Soares e o Coletivo Nós, agora demonstram aproximação ao projeto de Orleans Brandão, secretário estadual e nome do Palácio.
Ou seja, o jogo está longe de estar definido, e os movimentos internos só aumentam.