O prefeito eleito de Nova Olinda do Maranhão, Ary Menezes (PP), está foragido da Justiça. Ele é um dos alvos da Operação Cangaço Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (13). A ação investiga um esquema de compra de votos que teria utilizado recursos públicos.
Além do prefeito, foram presos o vice-prefeito eleito, Ronildo da Farmácia (MDB), o sogro de Ary Menezes e a secretária de Finanças do município. A Polícia Federal revelou indícios de que dinheiro público foi desviado para financiar a compra de votos, incluindo materiais como telhas, sacos de cimento e madeira.
Denúncias e ameaças
O esquema já havia ganhado destaque nacional após uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, em outubro. Na ocasião, um eleitor afirmou ter vendido o voto em troca de materiais de construção, sob ameaça de represálias.
Segundo a PF, o grupo intimidava eleitores que mudavam de posição política ou recusavam participar do esquema. Relatos apontam que houve ameaças com armas de fogo contra aqueles que não seguiam o acordo firmado.
Disputa apertada
Ary Menezes foi eleito prefeito por uma diferença de apenas dois votos sobre a candidata Thaymara Amorim (PL), tornando Nova Olinda do Maranhão, com 14 mil habitantes, o município com a eleição mais disputada do Brasil.
Outros crimes investigados
A operação cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Nova Olinda, São Luís e Cantanhede. Além da compra de votos, as investigações identificaram indícios de:
- Desvio de recursos públicos;
- Extorsão qualificada;
- Formação de organização criminosa;
- Lavagem de dinheiro;
- Intimidação de eleitores.
Próximos passos
Com a operação em andamento, a Justiça Eleitoral do Maranhão avalia as consequências para o futuro político da cidade. A PF segue apurando o caso e busca localizar Ary Menezes.