O portal SLZMA analisou a narrativa do jornalista Pedro Almeida, da Carta Política, Pedro Almeida, da Carta Política, e chegou à conclusão de que, além de Paulo Victor ter sido reconduzido à presidência da Câmara de São Luís a um preço muito caro, a Câmara segue marcada por escândalos e paralisia.
O vereador Paulo Victor (PSB) foi reeleito com facilidade para presidir a Câmara Municipal de São Luís pelos próximos dois anos. Victor jogou com a caneta de presidente e o regimento interno debaixo do braço.
As regras internas da Casa impedem candidaturas avulsas e votação secreta. A tentativa do partido Novo de mudar as regras do jogo na Justiça não prosperaram, o que resultou em um alto custo reconduzir Paulo Victor ao cargo que ocupou nos últimos dois anos.
Nos últimos tempos, a CMSL regrediu no seu protagonismo político na capital maranhense. Foi palco de escândalos na polícia, justiça e política. Na questão política, os vereadores ficaram reféns do prefeito Eduardo Braide (PSD), mesmo o gestor não tendo sequer uma bancada formada para defendê-lo.
A falta de tato de Braide com os políticos, em especial com os vereadores, foi determinante para engajá-lo nas redes sociais perante as sucessivas vitórias do prefeito sob a truculência (e pouco cálculo político) de Paulo Victor. A última foi vergonhosa. Os vereadores aumentaram o salário de Braide a contragosto do gestor. O prefeito desautorizou a Câmara em suas redes sociais e disse que iria vetar o próprio aumento.
A jogada do prefeito foi o suficiente para esconder a dobrada de salário da vice-prefeita e do primeiro escalão do seu governo. Também jogou uma pá de areia na intenção oficial dos vereadores em aumentar o salário de Braide.
O objetivo era de aumentar o salário do alto funcionalismo público municipal, que tem os salários atrelados ao do chefe do executivo. Em meio a likes, comentários e compartilhamentos ninguém ficou sabendo que o prefeito poderia devolver o dinheiro aos cofres públicos.
O preço
Mesmo com um custo de quase R$ 400 mil reais por dia, a Câmara Municipal pouco trabalhou por São Luís. Em sua recondução, o presidente Paulo Victor prometeu fazer o que não fez na sua primeira oportunidade à frente da Câmara, de trabalhar por São Luís.
Projetos importantes, como Plano Diretor e Lei de Zoneamento, não foram para frente. Essa discussão deve ser conduzida pela Câmara e pode representar um aquecimento na economia local, sobretudo na construção civil.
Ao contrário disso, o destaque na imprensa dos trabalhos da CMSL foi, desculpe a redundância, a falta de trabalho. O período pré-eleitoral e eleitoral se agravou, enquanto o custo mensal gira em torno de R$ 12 milhões de reais, as sessões legislativas eram escassas por falta de quórum.
Em novembro de 2023, quando o presidente Paulo Victor não conseguia juntar vereadores para deliberar as matérias legislativas, ele prometeu divulgar quem eram os faltosos. A promessa até agora não aconteceu, mas no final de 2024 teve um avanço “para inglês ver”. Foi instalado um ponto eletrônico para as sessões, mas ficou decidido em uma sessão não-oficial – em meio a um almoço oferecido pelo presidente – que as faltas sem justificativas não resultariam em descontos no salarial, contrariando o regimento interno da Casa.
Na sua recondução os recém-empossados, Douglas Pinto (PSD) e Flávia Berthier (PL), não declararam voto na chapa única. O vereador Marquinhos (União), manifestou-se no momento do voto, que seu voto na chapa é em consonância com o grupo Brandão e “que espera não se decepcionar com Paulo Victor”.
A manifestação de Marquinhos tem relação com as últimas notícias que envolvem o nome da Câmara e de Paulo Victor. Recentemente, PV virou réu por corrupção passiva em ação penal que trata sobre suposta troca de favores com o promotor de Justiça Zanony Passos, do Ministério Público do Maranhão.
Paulo Victor utilizou da tribuna da Câmara para denunciar o promotor Zanony. Segundo a própria denúncia de Victor e a acusação contra ele, Paulo Victor teria empregado indicados do promotor na Casa legislativa em troca da promessa de encerramento de investigações sobre suposto desvio de emendas parlamentares. À época, esse escândalo tirou Paulo Victor da disputa pela prefeitura de São Luís.
E esse é só um resumo da primeira temporada da série que assombra as dependências da Câmara Municipal de São Luís.