Juscelino Filho quer disputar o Senado mesmo sendo o pior ministro de Lula

Apontado como o pior ministro do governo Lula pela pesquisa AtlasIntel, divulgada em março de 2024, Juscelino Filho parece disposto a virar a página — ou, ao menos, fingir que ainda tem fôlego político. Mesmo com uma gestão apagada e marcada por escândalos, o titular das Comunicações falou nesta terça-feira (18), durante evento com a imprensa em São Luís, sobre uma possível candidatura ao Senado em 2026, se agarrando à pouca visibilidade que ainda tem no Governo Federal.

Sem apresentar entregas relevantes à frente do ministério, Juscelino prefere se apegar ao que chama de “envergadura” proporcionada pelo cargo. “Eu não quis dar um passo para um projeto majoritário de forma antecipada”, disse o ministro, como se o problema fosse apenas de tempo — e não de credibilidade.

O ministro tem sido alvo constante de críticas desde que assumiu o cargo. Reportagens revelaram o uso indevido de recursos públicos, além de má gestão de emendas parlamentares, o que acabou contribuindo para o desgaste da sua imagem. Ainda assim, ele parece disposto a ignorar o próprio desgaste e cogita disputar um dos cargos mais cobiçados da política maranhense: o Senado.

Juscelino justifica a falta de definição com base no “cenário político incerto” no Maranhão, especialmente quanto aos planos do governador Carlos Brandão. Mas, na prática, o que se vê é um político acuado, tentando sobreviver politicamente em meio à perda de apoio popular e partidário.

O ministro ainda tenta sinalizar fidelidade ao União Brasil, partido que pode não estar tão disposto a embarcar em um projeto eleitoral arriscado, especialmente se o desempenho de Juscelino continuar tão fraco quanto tem sido no Ministério das Comunicações.

A verdade é que, para almejar o Senado, é preciso mais do que discursos vagos e justificativas mornas. É preciso ter algo que Juscelino Filho vem deixando a desejar: resultados concretos e respaldo popular. Até o momento, tudo o que ele demonstra é uma tentativa de salvar um projeto pessoal naufragado, antes mesmo de zarpar.