Falta de tratamento de esgoto colocou o Maranhão no ranking de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado

O Maranhão ocupa a triste liderança no ranking nacional de internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado. Em 2024, o estado registrou 45,8 casos de internações a cada 10 mil habitantes, sendo o pior resultado do país. Em segundo lugar, o Distrito Federal também enfrenta um cenário alarmante, com 36,2 casos por 10 mil habitantes. As informações são do estudo mais recente do Instituto Trata Brasil, divulgado pelo portal Brasil 61.

Além do Maranhão e do DF, outros estados também apresentam índices elevados de internações, como Goiás (29,2), Paraná (25,6) e Amapá (24,6). Esses números refletem a falta de acesso a serviços básicos de saneamento, que ainda afeta milhões de brasileiros. Em 2024, o Brasil registrou mais de 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, entre elas a dengue e infecções transmitidas por fezes, como gastroenterites.

O estudo também revela um dado preocupante sobre a desigualdade gerada pela falta de saneamento: as mulheres são as mais afetadas, representando 53% das internações, o que corresponde a mais de 20 mil casos a mais do que os homens. Esse cenário é uma triste realidade para muitas famílias, principalmente em regiões mais carentes, onde a falta de infraestrutura básica piora a qualidade de vida.

Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, ressalta que esse quadro tem um impacto econômico significativo, já que o aumento das internações gera mais despesas com tratamentos médicos, além de afetar ainda mais a vida de quem já vive em condições precárias. “Muitas vezes, a população tem uma fossa na sua residência, ou sequer uma fossa, só uma fossa negra, e cavam um poço para buscar água, muitas vezes em regiões ao lado, de onde se está lançando esse esgoto bruto. Isso traz todas as doenças associadas à falta de saneamento básico”, afirmou Luana.

Esse levantamento é um alerta para a urgência em melhorar a infraestrutura de saneamento no Brasil, para garantir saúde, qualidade de vida e dignidade para toda a população.