
A realidade de Timbiras é um retrato vergonhoso do que acontece quando a gestão pública vira negócio de família. A cidade saiu das mãos do ex-prefeito Borba para o sobrinho Paulo Vinícius e, junto, manteve os privilégios e a corrupção que drenam o dinheiro da educação.
Durante uma audiência pública do PPA 2026–2029, no povoado Flores dos Leles, uma zeladora da zona rural teve coragem de dizer em voz alta o que a gestão tenta esconder. Ganha apenas R$ 759 por mês, trabalha sozinha, sem geladeira, sem bebedouro, sem utensílios e sem qualquer estrutura. Leva colher de casa para mexer a merenda e improvisa como pode para que as crianças não passem fome.
O desabafo foi feito diante do vice-prefeito Edmundo e de vereadores, incluindo Zé Mário, ex-secretário de merenda da gestão passada. Nenhum teve coragem de responder. O silêncio foi a única reação.
Enquanto isso, a folha de pagamento da Prefeitura de Timbiras mantém um nome que escancara o favorecimento familiar. José Orleans Borba Lima, irmão do ex-prefeito Borba, que por acaso é também tio do atual prefeito Paulo Vinícius. José Orleans Borba Lima. Ele mora no estado do Pará, mas mesmo assim está nomeado como servidor comissionado em Timbiras e recebe mais de R$ 6 mil por mês dos cofres públicos. Nunca foi visto em nenhum prédio público. É um servidor fantasma pago com dinheiro que deveria ir para merenda, bebedouro, telhado e material escolar.
O caso exige investigação imediata do Ministério Público. A população de Timbiras não pode continuar refém de uma gestão familiar que privilegia parentes ausentes enquanto trabalhadores da base sobrevivem com salários miseráveis para manter escolas caindo aos pedaços.