ARARI: Corda esticada demais arrebenta

Dê a qualquer morador de Arari uma folha de papel e um lápis e ele, sem titubear, vai listar de cor os problemas que sufocam a cidade: ruas esburacadas, escolas sucateadas, saúde precária, coleta de lixo irregular, falta de estrutura básica nos bairros e povoados esquecidos pela gestão.

Não é preciso ser adivinho para perceber que a “terra da melancia” vive uma crise que vai além das aparências festivas. E o mais grave é que a prefeitura, sob o comando da prefeita Simplesmente Maria (MDB), parece mais preocupada em posar para fotos ao lado do governador do que em resolver as demandas urgentes da população.

Na última sexta-feira (27), durante a 48ª edição do Festival da Melancia, quem acabou assumindo o papel de mediador foi o governador Carlos Brandão (MDB), que, ao contrário da prefeita, recebeu professores e professoras de Arari. Eles cobram a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), já aprovado em lei desde o ano passado, mas ignorado pela atual gestão. Uma vergonha.

Enquanto isso, Maria, que se elegeu prometendo fazer diferente do ex-prefeito Rui Filho (União), repete velhas práticas, discursos bonitos, propaganda oficial e a cidade largada às traças. O caos administrativo só aumenta e em pouco tempo de mandato a prefeita já coleciona críticas em praticamente todas as áreas da gestão pública.

O Festival da Melancia mostra o brilho de uma tradição popular, mas basta sair da praça e olhar os bairros para perceber a realidade, uma cidade sem rumo, sem comando e sem respeito à sua gente. Se Arari tivesse a mesma atenção que a prefeita dedica aos palanques e tapinhas nas costas de aliados, os professores não precisariam implorar por direitos básicos e o povo não teria que conviver diariamente com o descaso.

No fim das contas, a política melancólica de Simplesmente Maria deixa claro que em Arari a festa é bonita, mas a vida real é amarga.