6 meses após denúncia do Fantástico, população ainda sofre com desvio de R$ 13 milhões do Fundeb em São Benedito do Rio Preto (MA)

Uma denúncia exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, em novembro de 2024, revelou um desvio de mais de R$ 13 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) no município de São Benedito do Rio Preto.

Seis meses após a denúncia, apesar da abertura de uma investigação, não há notícias sobre medidas efetivas por parte dos órgãos de controle federal ou da Polícia Federal contra os envolvidos citados na reportagem, tampouco ações que coíbam a continuidade da prática criminosa.

Os recursos, que deveriam ser destinados à educação, são alvo de suspeita de uso para fins políticos e pessoais, comprometendo gravemente a qualidade do ensino no município, que obteve a pior nota do IDEB no Maranhão em 2023: 4,0 nos anos iniciais e 3,6 nos anos finais do ensino fundamental.

Segundo as denúncias, os desvios foram utilizados para garantir a reeleição do prefeito Wallas Rocha. As consequências já são sentidas no início do ano letivo de 2025: denúncias recebidas pelo portal slzma apontam escolas fechadas por reformas inacabadas, transporte escolar sucateado ou insuficiente, e estradas vicinais em péssimo estado, prejudicando centenas de estudantes.

Apenas em 2025, o município já recebeu mais de R$ 22.793.324,14 (vinte e dois milhões, setecentos e noventa e três mil, trezentos e vinte e quatro reais e quatorze centavos) em repasses do Fundeb. Mesmo assim, o que se vê são licitações suspeitas e obras escolares paradas por falta de recursos. Entre outubro e dezembro de 2024, mais de R$ 1,5 milhão foi transferido para uma única empresa, conforme mostram extratos obtidos.

Enquanto isso, apenas um ônibus escolar atende duas comunidades, penalizando diretamente os estudantes, que deveriam ser os principais beneficiários dos recursos da educação.

Os investigados continuam exercendo seus cargos como se nada tivesse acontecido. Nenhum deles foi afastado até o momento e seguem administrando recursos públicos normalmente.

A gravidade da situação exige urgência nas apurações e a adoção de medidas cabíveis para garantir a recuperação dos recursos desviados e a reparação dos danos causados à educação pública do município.