A Polícia Federal deflagrou uma operação que investiga o desvio de verbas federais da Codevasf em cidades do Maranhão. Ministro Juscelino Filho está na mira das investigações.
Um dos alvos da operação Benesse, da Polícia Federal, é a irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Luanna Rezende é prefeita de Vitorino Freire — uma das cidades do Maranhão que a PF cumpre 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de não ser alvo de mandados, o ministro do governo Lula está na mira das investigações sobre fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Segundo apurações do jornal Folha de S.Paulo, a corporação apura obras da construtora Construservice contratadas pela Codevasf. Esses empreendimentos foram bancados por emendas parlamentares, incluindo as de Juscelino Filho. Pelo menos R$ 42 milhões indicados por ele foram destinados a contratos com empreiteiras suspeitas de irregularidades. Desse montante, cerca de R$ 19,3 milhões teriam ido para contratos com a Construservice.
A PF cumpre mandados de busca e apreensão nas cidades maranhenses de São Luís, Vitorino Freire e Bacabal. Além disso, também estão sendo cumpridas medidas cautelares, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, assim como ordens de indisponibilidade de bens.
“A presente fase alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva”, informa a PF.
Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, a Codevasf é uma empresa pública bastante visada pelo Centrão e é comumente usada por políticos para acomodar aliados em cargos, em meio a negociações.
O Correio tenta contato com Luanna Rezende e Juscelino Filho, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.