Empresário preso por corrupção abocanha R$ 37,4 milhões na secretaria de Clayton Noleto

Preso por desviar dinheiro de obras de rodovias no Tocantins, o dono da Epeng-Empresa Projetos de Engenharia LTDA, Francisco Antelius Sérvulo Vaz, abocanhou dois contratos milionários na Secretaria de Infraestrutura do Maranhão, chefiada por Clayton Noleto.

As contratações foram celebradas entre os dias 12 e 21 de julho desse ano e totalizam R$ 37.404.448,26 milhões.

O primeiro contrato visa a construção da Ponte Rodoviária Urbana sobre o Rio Preguiças, com extensão de 240,82 Metros, em Barreirinhas pelo valor de R$ 24.884.085,48 milhões.

A Epeng também irá executar obras de quatro pontes rodoviárias na rodovia MA-040, no trecho Entrocamento BR-226 entre Timon e Matões pelo montante de R$ 12.520.362,78 milhões.

Esses não são as primeiras licitações ganhas pela empresa de Antelius Sérvulo na Sinfra em 2021. Em fevereiro, a Epeng assinou dois contratos de quase R$ 100 milhões para executar obras de ponte sobre o Rio Pericumã, entre Bequimão e Central.

O empresário já é bastante conhecido nos governos maranhense e tocantino. Em outubro de 2016, ele foi preso por ser figura central de um dos maiores escândalos de desvio de recursos do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no Tocantins.

Sérvulo foi alvo da Polícia Federal durante a Operação Ápia e ficou detido por um mês e dez dias, e levou com ele para a cadeia dois ex-governadores e um ex-senador da República.

O empresário operava contratos de construção de estradas que, somados, totalizavam R$ 89 milhões, dos quais ele chegou a receber R$ 46 milhões. No Maranhão, 4 meses antes de ser preso no Tocantins, ele ganhou contratos de uma estrada e de uma ponte, num total de R$ 98.136.537,80 – recursos igualmente do BNDES.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), entre os anos de 2010 e 2016, o empresário fraudou e frustrou licitações com o aval dos então governadores do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos e Sandoval Lobo Cardoso.

Francisco Antelius Sérvulo Vaz ofereceu propina caso a sua empresa Epeng – Empresa Projetos de Engenharia Ltda fosse declarada a vencedora de contratos milionários no Tocantins. Além disso, ocultou e dissimulou a origem, localização, disposição, movimentação e propriedade dos valores provenientes, direta e indiretamente, dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva e crime contra o sistema financeiro nacional, mediante formulação de contrato fictício de compra e venda de maquinário entre EPENG e KK Máquinas.

O esquema, além de enriquecer os empreiteiros, canalizava proprinas para Siqueira e Sandoval, e irrigava uma rede de intermediários formada por familiares (dentre eles Eduardo Siqueira Campos, ex-senador e filho de Wilson), pelos então secretários de estado e seus auxiliares, e por empresários que faziam a lavagem do dinheiro roubado em postos de gasolina e revendas de carros

Segundo o MPF, ponto central do agir do grupo de criminosos era o desvio dos recursos adquiridos pelo Estado do Tocantins junto ao Banco do BrasiL, mediante 3 operações de crédito, cujo valor atingiu o total de R$ 1.203.367.668,70 bilhão, visando à manutenção da organização.

O empresário foi autuado pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, mas foi solto quase dois meses depois pelo Tribunal Regional Federal da 1ª região.

Do blog Neto Ferreira

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